"É o tempero que dá o gosto ao país..."

Estive a reler o blog que tinha realizado com uns amigos sobre a nossa viagem o ano passado a Lisboa. Foi lá que encontrei um bonito texto escrito pelo Léo, Leonardo Gil Correia Santos, que me permito de reproduzir neste espaço acerca das mulheres portuguesas. Qual Vinicus de Moraes, realizou este elogio com um sentimentalismo dificil de se encontrar.
"(...)Caíram os mitos sobre as portuguesas, desmistificamos nessa viagem louca o mito da beleza feminina lusitana. Pois não é que Vasco da Gama caiu nos braços de Vênus enquanto sua tripulação cortejava as ninfas segundo Camões, pois creio eu que se Vênus era européia, pois dito e seja, ela nasceu da ostra que veio dar no mar salgado de lágrimas do Tejo(...)Não podemos negar. Doces como um pastelzinho de belém, misteriosas como o Pessoa, lindas como Lisboa. É o tempero que dá o gosto ao país que por si só já é lindo(...)."

um abraço amigão!

A ponte Vasco da Gama em Poitiers

Estou eu feliz e contente a levantar dinheiro num dos multiplos Multibancos "poitevins" quando olhando para o lado me deparo com a imagem da ponte Vasco da Gama e ao fundo a torre Vasco da Gama(com no topo a bandeira de Portugal) em pleno Parque das Nações. Por momentos pensei ser apenas uma visão momentanea, uma estranha expressão do inconsciente representativa de um saudosismo latente. Mas não, era apenas a nova publicidade da "Banque Populaire" que decidiu utilizar como imagem da sua campanha a nossa cidade. Aqui vos deixo então a possibilidade de o comprovarem por vocês mesmo.

Novo estadio do Valencia

Não percebo nada de arquitectura, nem sei distinguir formalmente as grandes obras arquitectonicas das mais banais. Por exemplo, não vejo o que de magnifico hà naquela tão falada pala do pavilhão de Portugal no Parque das Nações.
O que sei é que hoje em dia não existem construções mais atraentes, se tomarmos em conta o estricto aspecto visual, que os novos estádios de futebol. Em 2004, a elegancia do Estádio do Dragão e a imponencia do Estádio da Luz. Em 2006, o inqualificavel Allianz Arena e o monstruoso Olympiastadion de Berlin. Agora em fins de 2006 mais um projecto é apresentado. Deixo-vos opinar à vontade sobre ele, por mim é simplesmente lindo...

Mme la Presidente?

Resultado claro e inequivoco. O PS perseguido pelo espectro de uma divisão à esquerda que resultou no “pesadelo” de 2002 provou ontem que quer para ir para a frente unido. Marie-Ségolène Royal, mulher do secretário geral do partido François Hollande, toma as redeas do sonho socialista de reconquistar o Elysée em 2007 depois de mais de 10 anos longe do palacio mais pretendido de França. Por enquanto tem o mérito de ter trazido um novo folego ao partido, de se ter estrategicamente apoderado de temas até então avessos à esquerda francesa e de ter construido uma maquina mediatica à sua volta que desde já lhe garante bem mais hipoteses que o seu antecessor Lionel Jospin. No minimo curioso é como se pode considerar o seu percurso de vida. Filha de Pai militar e de uma familha numerosa, foi altamente marcada pela educação militar que lhe foi incutida. Desde cedo se revoltou contra esta realidade e cortou relações com o pai. O seu percurso de ensino superior começou em Sciences Po, onde conheceu o seu actual marido, François Hollande, tendo de seguida integrado a super selectiva ENA(École Nacionale d´Administration) quem tem por unica e exclusiva função formar os futuros altos quadros da função publica francesa. No ambito profissional foi subindo no aparelho do partido paralelamente ao seu marido integrando as equipas de diversos homens fortes da história do partido. Enquanto Presidente da Region Poitou-Charentes, cargo que ainda ocupa sucedendo ao ex-primeiro ministro Jean-Pierre Raffarin, foi aos poucos tornando-se na menina bonita dos media francesas oferecendo-lhes ao mesmo tempo medidas mediaticas e pseudo-inovadoras(Democratie Participative), e momentos de eleição que quebram o protocolo do Homem politico francês(passeando de biquini pelas praias francesas). Não admira portanto a sua exposição na imprensa. Nas ultimas semanas foi capa da Times e merecedora de artigos em quase todas as revistas de referencia pela Europe e pelo mundo fora. Se lerem a Visão desta semana, lá encontrarão o inevitavel artigo da prache.
Por enquanto é apenas candidata, ainda para mais tendo provavelmente de enfrentar o monstro politico que é Nicolas Sarkozy. Mas o Elysée nunca esteve tão perto de abrir as portas a uma senhora que apresenta o percurso tipico de qualquer homem de primeira linha politica em França, mas neste caso, acontece que é uma senhora…

Outubro

Amanhã estou e Lisboa, passou um mês desde que o semestre começou. Este inicio de ano foi diferente do outro, mais tranquilo, menos novidade, menos nervosismo. Ainda me lembro das três palavras com que o nosso director iniciou o seu discurso de abertura de ano escolar: "Félicitations, merci et atention!". Tudo isso me parece um passado distante, mas é apenas o meu presente.

Neste mês aconteceram algumas coisas marcantes. O Benfica Porto foi um deles. Jogo matreiro, perdido desde o inicio, que resultou num combate infrutifero contra um resultado que nasceu torto e morreu partido. Lembro-me de ler nessa noite, num forum, uma frase que expremia o sentimento que me invadia, dizia ela: "Reconheço que muitas vezes gostava de ser diferente... de conseguir ser indiferente... porque sofro muito... sofro demasiado! Mas nem isso é possível porque eu nunca pedi para ser Benfica...Eu já nasci a ser Benfica".

Esta semana estudei a época de Getúlio Vargas no Brasil. Um "Salazar brasileiro" que institui o Estado Novo no Brasil e que é hoje visto como um dos principais responsaveis pela modernização do Brasil. Dizia ele na sua "carta de despedida" antes de se suicidar que "saio da vida para entrar na historia". No outro oposto Castro disse em tempos "a História julgarme-ià". O lirismo na hora do balanço é cativante, deixa uma imagem magica das pessoas em causa. Mas nenhum deles conseguiu exprimir melhor esse sentimento que o nosso Camões quando fez referencia a "aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando."

O meu querido irmão Paulo concluio o seu trabalho de final de curso. Ontem Telefonou-me a minha mãe depois de ter visto o trabalho completo pela primeira vez. Apenas me falou da primeira pagina onde o Paulo agradece "à minha mãe e o meu irmão que são os pilares em que me apoio". São estes sentimentos e este gestos que nos causam aquele sentimento interior de uma tranquilidade feliz, uma certeza que apesar de tudo o que possa acontecer e de actualmente estarmos longe, na realidade pensamos em certas pessoas todos os dias.

vosso,
Pedro