Escrevo a 2 horas de um exposé extremamente chato e para o qual estou inseguro. O tema é:"La ley, expresion de la voluntad general?". O tema é matreiro, vago e por vezes fastidioso mas apesar disso ao longo do tempo em que trabalhei nele encontrei-lhe um certo encanto. Tanto mais que a conclusão à problematica é não, isto na minha opinião obviamente. Pelo menos este exposé teve uma coisa boa: questionei-me sobre algo que dava por adquirido e cheguei á conclusão que no fundo as minhas certezas pré-adquiridas e não pensadas nem sempre são tão lineares como parecem.
Este fim de semana foi o das viagens. A minha namorada foi a Paris, o miguel Nunes foi a Madrid, a minha mãe foi almoçar a Sesimbra...eu fiquei em Poitiers. Por apenas duas vezes me desloquei do meu dimicilio: sabado à noite(para ver o madrid-barça) e domingo à tarde( para jogar futebol). O resto do tempo passeio em casa...a estudar!.
Cheguei também a certas conclusões: apenas conseguirei manter a minha vida equilibrada se mantiver as coisas arrumadas à minha volta. Parece-me que estou na fase de transição entre a fase do adolescente que tem no seu quarto um palacio da desarumação e o adulto que vê na organisação um factor determinante para a estabilidade. Foi com esse objectivo que a minha casa parece agora algo de normal e não um ninho de ratos. A preocupação foi tanta que até me dei ao trabalho de lavar o carro(tanto por fora como por dentro). Como vêm estou em mudança...parece-me é que o meu irmão Paulo tem pena que ela não tenha acontecido antes.
Ontem à noite vi o meu professor de economia a discursar no congresso do PS francês. Dizia ele que é um crime o que o actual governo francês tem feito ao modelo social e que se deve proceder a uma nacionalisação temporal das empresas do estado semi-privadas assim como das antigas já totalmente privatisadas. Desludiu-me na sua reflexão porque entrou várias vezes no campo da demagogia fazendo referencia a várias datas historicas de conquistas sociais ou afirmando que a lei do mercado não é nem pode ser a lei do modelo social. A sua intervenção mesmo que por vezes correcta do ponto de vista moral trouxe pouco ao debate pela falta de proposições e pareceu-me mais uma delsocação pessoal para a esquerda do partido com vista a ganhar votos na sua candidatura interna a candidato escolhido para representar o partido nas eleições presidenciais de 2007.
Quanto ao problema das banlieus um comentário muito rápido. A diferança horaria de 1 hora permite-me ver tanto o telejornal francês como o português. Em Portugal chegaram a passar 10 min a falar sobre o caso, no francês nunca ultrapassaram os 5 min. Li num blog que os jovens que causavam disturbios apenas pretendem ser anti-qualquer-coisa, nada mais verdade porque quando lhes é perguntado quais as revendicações ou as razões pelas quais estão a agir dessta maneira as respostas são dispares e na maioria das vezes incoerentes.
Por fim deixo-vos com uma citação curiosa:
"Ainda somos o que vamos deixar de ser e já somos aquilo em que nos vamos tornar. Vivemos a nossa morte e morremos a nossa vida."
SARTRE
Um bom inicio de semana para todos!
