segunda-feira, julho 24, 2006

Cartas de São Tomé (1)

Foi talvez um olhar o que melhor me fez sentir São Tomé até ao momento. Em cima de um telhado, uma criança olhava com tédio os graúdos que se empenhavam numa espécie de dança que misturava gritos incompreensíveis e movimentos pouco suaves. “Isto cansa”- explicava-me o funcionário da Embaixada, um são tomense simpático a quem toda a gente acenava e cumprimentava enquanto o Jeep passava lentamente pelas diversas cidades - como eles chamam - que mais parecem pequenos bairros entre os quais dificilmente se nota diferença.
Cruzei-me com esse olhar no Sábado à tarde. O Tio passou a tarde em reuniões com os observadores internacionais que chegaram no mesmo voo que eu, incumbidos com a missão de “veiller” pelo bom funcionamento dos procedimentos eleitorais nas eleições de dia 30. Pediu porem ao Fonseca, o tal são tomense, para mostrar-me São Tomé. O “Chico”, um empregado simples mas extremamente afável, serviu-me o almoço. Caldeirada de choco disse-me ele com um sorriso na cara e eu que até sou esquisito nestas coisas adorei o almoço. O choco mais parecia lula mas o molho da caldeirada estava óptimo. Depois de almoço estava o Fonseca do lado de fora do portão à minha espera com o Jeep no qual iria pela primeira vez visitar as terras de Africa. E lá fomos…Depois, a avenida marginal, as estradas entre as “cidades” e aquele olhar de que falava no inicio captado depois de perguntar ao Fonseca se as populações locais não se importavam que eu andasse pelo meio deles a captar imagens desta minha primeira experiência africana.
De volta a casa jantei na companhia do Tio e de seguida saímos para ir tomar um copo. Ao que percebi existem apenas 2/3 sitos de jeito nos quais se possa estar descansado e o Tio avisou-me logo “não estejas à espera das Docas”.Saímos na companhia dos 2 seguranças que por sinal seguem o Tio para todo o lado e que também vivem na casa do senhor Embaixador.
Hoje de manhã levantamo-nos cedo e passamos a manhã na praia. Tive a oportunidade de conversar com os seguranças, pessoas de um trato excepcional e extremamente acessíveis. Explicaram-me que antes da missão de São Tomé estiveram com o embaixador português no Iraque. As missões duram normalmente 3 meses depois dos quais são substituídos num sistema do qual a rotatividade é o pilar central.
Veio jantar o chefe dos observadores internacionais. O que chamou a minha atenção foi o serviço de loiça: em cada peça deste último estava presente o brasão português, deduzo que seja o serviço oficial.
Amanhã começo a trabalhar.


São Tomé, 23 de Julho de 06

quarta-feira, julho 12, 2006

De volta a Lisboa...

Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Whatever colors you have in your mind
I'll show them to you and you'll see them shine
, Bob Dylan

Aqui estou eu de volta a Lisboa! Não me vou alongar em comentários porque pretendo mais tarde fazer um post de balanço deste 1º ano de ensino superior.
As férias começaram...e estão a saber melhor que nunca...!
O meu computador portatil estragou-se á já algum tempo. Perdi várias fotografias e documentos que lá tinha. Por essa razão não pude publicar o balanço que tinha feito e prometido publicar sobre o ano em que estive na presidencia da AEL. Prometo refaze-lo pois tenho as linhas gerais em papel e finalemnte publica-lo. Não fica é para já...
Já estou na fase final da escolha do novo portatil, 2 concorrentes restam: um toshiba e um Mac. Acho que a decisão vai recaír sobre o Mac.
Ontem á noite ficou confirmada a melhor contratação do futebol portugês para esta época. MICCOLI, FACCI SOGNARE!
Dentro de menos de uma hora vou ser chacinado. 2 vacinas de seguida esperam-me: tétano e febre amarela. E o problema é que com esta idade depois das vacinas a minha mãe já não me dá um presente como quando era puto...Não vale!Hehe
O verão foi inaugurado exactamente da mesma forma que no ano passado. O Rudy acabou a noite na casa de banho da piscina com o Henrique a tratar dele.
O Green Hill está mudado! Não em espirito pois continua a ser o auge. Mas agora há la uma zona (a do bar das sandes e isso) que parece que tamos no Macdonald´s, até nem fica mal pois dá para estar lá descontraído.
A pista House estava este sabado como nunca a vi...grande bombanço. Mas o melhor foi ver o António a bombar la no meio...parecia possuído...o rapaz estava descontrolado e não parava!


Bem, eu vou preparar-me psicologicamente para as vacinas...
até mais

Exames do 2º Semestre


Ja acabaram faz agora umas 2 semanas. Aqui fica uma pequeno resumo de mais uma maratona de exames:

Session Juin-Juillet 2006
1er cycle;1ère année;2ème semestre


Institutions Politiques de la Vème République française(escrito)
"Le Conseil Constitutionnel: ange ou démon?"

Institutions Politiques latino-américaines(oral)
"Les fonctions du caudillisme dans la construction des nations latino-américaines"

Concepts fondamentaux de l´analyse économique II(escrito)
"Faut-il renoncer au libre-échange?"

Géopolitique de l´Amérique latine(escrito)
"Sortie de crise en Argentine"

segunda-feira, julho 03, 2006

Apresentação na FNAC


No passado dia 17 de Julho teve lugar a apresentação do "Atlas de l'Amérique latine" na fnac de Poitiers. Apesar de o publico não ter comparecido em massa(longe disso), foi uma experiência extremamente enriquecedora no plano pessoal pois tive a oportunidade de, sentado ao lado do director, falar sobre a realização do livro.
A apresentação começou com uma conferencia da parte do director que falou sobre o tão famoso "virage à gauche" da América latina. De referir que a conferencia foi de grande interesse sendo o esqueleto desta ultima o facto reductor de catalogar esta mundança como viragem a esquerda(ha menos diferenças entre Louçã e Portas do que entre a esquerda moderada de Lula(Brasil) ou Kirchner(Argentina) e a esquerda populista de Hugo Chvaez(Venezuela) ou Evo Morales(Bolivia)). Aporoveitou-se tambem para se fazer um balanço a meio caminho da maratona eleitoral que percorre a zona entre 2006 e 2007.
Foi depois da conferencia que o director me passou então o microfone dando-me a possibilidade de apresentar este projecto que este grupo de 12 alunos levou a cabo em apenas 7 meses. Foi a minha primeira vez neste tipo de situação e admito que gostei. Entre as pessoas que estavam a assistir estavam a minha mãe, o Tio Manel e o Paulo. No fim tive a oportunidade de ir abraçar a minha mãe que parecia orgulhosa de mim. E sentir isso...foi a melhor coisa do meu dia.