
"François Hollande(à esquerda) et DSK(à direita)"
"Estou pronto e disponivel para realizar a verdadeira mudança social-democrata no seio do partido! A derrota é enorme!", foram estas as palavras de Dominique Strauss-Kahn às 20h04 na televisão francesa, apenas 4 minutos depois das primeiras projecções quanto ao resultado das eleições presidencias francesas de 2007. Alguns o trataram de traidor, de homem sem sentimentos e escrupulos, que 4 minutos após uma derrota contundenete jà afia as garras para tomar a liderança do partido. Eu, que o conheço não só da televisão mas tambem dos 2 semestres em que o tive como professor de economia, que conhece a sua visão do que deve ser a economia de um país, na qual um mercado deve ser o mais livre possivel mas no qual o Estado deve intervir as espaços para o regular, que se deu ao trabalho de ver o seu debate com Sarkozy aquando das eleições 2002 (no dailymotion), não o vejo como um traidor mas sim como um pragmatico que está farto de ver a esquerda ser goleada a cada eleição Presidencial desde os anos Mitterand. A culpa deste resultado tem 3 nomes: Ségolène Royale(candidata pelo PS), François Hollande(1º Secretário do PS) e os militantes do PS por tereme escolhido a candidata que escolheram. 53% contra 47% é dos piores resultados que a esquerda francesa jà teve e apesar disso às 20h10 já viamos Ségo a discursar com um sorriso na cara e promessas de futuras vitorias eleitorais. Meia hora depois ao balcão da Sede do PS na Rue Solférino pavoneava-se sempre com aquele irritante sorriso na cara. François Hollande, ele, tentava com aquele seu ar de panhonha explicar as razões da derrota na TF1 afirmando que esta se devia ao facto de a direita se ter apropriado de temas da extrema direita e assim lhe ter roubado eleitorado. Que incapacidade de se olhar ao espelho e tentar encontrar os erros onde eles estão, isto é, em casa. O erro do PS foi claramente ter escolhido um candidato que lhe fora imposto pela imprensa, que todos os dias mandava bacorras atrás de bacorras e que, apesar do seu tom autoritário durante o debate frente a Sarkozy, é incapaz de discutir projectos e ideias.
Se o futuro do PS passar por Ségolène Royal as coisas complicam-se. Pessoalmente vejo em Strauss-Kahn, ele que curiosamente seria o 1º Ministro de Ségo, o único homem actualmente no seio do PS com capacidade de ser líder da oposição e de fazer frente a Sarkozy(que pena me faz que ele seja um defensor das 35heures). A ver vamos...
PS: Que pena que me faz que ele seja um defensor das 35heures