Diario de 5 anos de estudos em Sciences Po
O passado e o presente, as alegrias e angústias, as preocupações e comentários que percorrem a cabeça de um estudante de Science Po Paris de 2005 a 2010!
terça-feira, março 11, 2008
quinta-feira, março 06, 2008
Hier encore...

Para escrever um post sobre o concerto de Charles Aznavour em Lisboa sinto que devia escrever em versos, embalado pelas palavras das suas canções que troteiam na minha cabeça e pelas suas melodias captivantes. Deveria rebuscar num dicionário em busca de palavras caras, palavras "savantes". Procurar noutro rimas ricas e pobres ou mesmo pseudo-rimas. Deveria sussurar aliterações e emitir assonancias. Deveria procurar ser como ele, "um artesão da música". Porem não posso, não tenho a arte nem o engenho para tal. Resta-me a humildade para o assumir, como ele humildemente afirma que a sua coroação como melhor cantor do século XX pela Revista Time foi um singélo "acidente de percurso". Resta-me tambem a hipérbole, para caracterisar a obra músical de um artista que aprendi a ouvir desde pequeno. Foi nos carros que percorreram a minha infância, da minha Mãe e das minhas Tias, que o meu ouvido se habituou a esta voz seca, quase aspera, mas ao mesmo tempo potente e melodiosa. Mas nesta noite, naquele pavilhão atlantico cheio até às costuras, apercebi-me de que não estava perante um simples cantante. No alto dos seus 84 anos Aznavour cantou, dançou e representou.Proporcionou-me uma noite inesquecível que pretendo guardar bem guardada no meu baú das recordações. Resta-me agradecer à Tia Teresa por este maravilhoso presente de anos e pela sua insubstituível companhia. Sem si Aznavour teria cantando à mesma, mas ter-me ia faltado o carinho e a serenidade de a saber a meu lado.