domingo, abril 23, 2006

A nossa geracao rebelde

Os jovens são a personalidade de um país, são o resultado e o reflexo da geração mais velha mas também a geração que irá educar os que se seguem. Esta posição central e binária leva-me a ver os jovens de um país como o reflexo passado, presente e futuro deste último pois juntam em si mesmo três faixas temporais a priori distintas.
O fenómeno morangos com açucar trouxe a expressão “geracao rebelde” para definir os jovens portugueses. Quando me refiro a jovens falo de uma faixa étaria extensa que vai dos 12 aos 20 e poucos anos. Sendo um produto dessa geração nao me revejo nem pessoalmente nem enquanto grupo nesse rotulo. Pelo contrario, vejo esta geração como um producto seguro. O meu professor de francês, M. Billon, dizia que Lisboa era a California da europa e que os jovens portugueses apenas se interessavam por praia e surf. Tive a oportunidade de conviver com jovens italianos e mais recentemente com os franceses. É partindo dessa possibilidade comparativa que afirmo de forma convicta que que a nossa deominada “geração rebelde” é pela contrario uma geração estavel, personalizada e progressista. Basta andar pelas ruas para vê-lo. O jovem português veste-se bem, mas quanto baste, todo jovem português anda pelas ruas com a sua camisola de capucho, com polo ou camisa quando lhe apetece estar um pouco mais aprontado. O cabelo anda arranjado mas ao vento, com ou sem, risco mostra-se sempre bem apresentado mas descontraído. Tem porta chaves com fio longo e pratico, cinto da moda e tennis nos pés. Fala descontraído com os amigos utilizando expressões idiomaticas e soltando de vez em quando um palavrão mas comporta-se de forma exemplar na presenca de um adulto ou se a ocasião se apresenta. A nossa “geração rebelde” é portanto composta por gente com bom aspecto e na sua maioría de bom gosto. Não é altamente contestatária como a francesa(cpe) mas gosta de tomar parte nas decisões(as juventudes partidáias são bem mais activas e assumem um papel muito mais importante que em frança por exemplo). É educada numa optica internacional e não é egocentrica, nacionalmente falando. Absorve os valores tradicionais e nacionais mas é aberta à mudança e acredita na liberdade individual.
A geração não é rebelde, é pragmática, esta geração assegura, e de que forma. Portugal pode ficar tranquilo!

2 Comments:

At 25 abril, 2006, Anonymous Anónimo said...

Estou bastante de acordo contigo mas também acho que os jovens portugueses, ao contrario dos outros jovens europeus, gostam é de ficar por Portugal e nao partem a descoberta de outros modos de viver de trabalhar ou estudar, poucos ou raros sao aqueles que vao estudar para fora ou só passar alguns meses noutro país (sem ser p/ férias). Acho que aqueles que tem a oportunidade de o fazer deviam agarrá la. Enfim, só mais uma opiniao.

 
At 03 maio, 2006, Anonymous Anónimo said...

hum...gostei do teu texto... mas parece-me... como qualificá-lo? Uma mera opinião, ligeiramente "narrow minded", irritantemente apresentada como realidade absoluta.

«todo jovem português anda pelas ruas com a sua camisola de capucho, com polo ou camisa quando lhe apetece estar um pouco mais aprontado»

Para já, na tua "geração", só fazes referência aos rapazes. Pessoalmente, considero que o futuro do país TAMBÉM pertence às mulheres... e que existem mulheres burras, mal vestidas, estúpidas e incompetentes, com acesso a postos importantes, existem... tanto como homens. Mas isto já é outra história.
Depois, na "geração" que retratas, tens claramente como modelo a tua classe social, jovens que tiveram a sorte de ter uma educação semelhante à tua. Agora que saí do liceu, posso dizer que me dei conta da existência de outro universo, bem mais extenso do que o "microclima" em que estivemos imersos na nossa escolaridade no liceu francês, uma maioria que ignoras completamente naquilo que consideras ser «todo [o] jovem português». Não me vou armar em "comuna" com cenas de privilégios, injustiça e exclusão social, mas digo-te uma coisa: o teu texto está mesmo muito bem escrito, tens uma eloquência do caraças (se me posso permitir a expressão) e confirma a sensação que tive quando li duas palavras referentes à tua pessoa no livre de l'année e que me chamaram a atenção: "futuro PR". Não me admirava de todo com isso. Mas gostaria que o futuro do país estivesse nas mãos de jovens que olham à sua volta de forma objectiva e equitável, com a capacidade (e a vontade) de ver para além daquilo que se lhes quer mostrar. Jovens de olhos abertos, espírito crítico e iluminado (para além das aparências)... pelo bem do nosso país... open your (beautiful =P) eyes.

 

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