I´ll spend a lifetime if needed...

"Talvez esta não seja, “a ditosa familia minha amada” ,Mas é esta a minha Familia; é esta a minha Terra de Antepassado."

Por muito que se possa reflectir no que liga as familias a minha reflexão leva quase sempre à mesma conclusão: crescem juntos e nos mesmos sitios, mas acima de tudo partilham certos elementos há já varias gérações.
Eu tive de certa forma isso. Apesar de ter vivido no estrangeiro, no verão eu voltava à minha "Terra de Antepassado", quinta, termas dos cucos, santa cruz...Talvez já menos que o meu irmão, mas tive. Cresci a ver a bagunça dos primos nas arcadas, a passear a cavalo na serra, a ver o brilho nos olhos de minha mãe quando me mostrava os livros do avô. As casas partilham sentimentos,ideias, vivências e gerações, as casas transmitem segurança e contam histórias. As casas são "Terra de Antepassado" e são introcáveis. Elas valem gerações e são Familia. É nela que bebo sentimentos e crio laços. Ela não tem pois valor. Não aceito desfazer-me dela pois para mim ela não tem valor monetário. Só quem vem de fora pode ver nela numeros, eu vejo sentimentos.
O meu filho talvez não vá ter a sua Terra de Antepassado. Mas vai ter um pai que lhe vai contar historias, que o vai levar ao escritorio da Av. Antonio Augusto Aguiar mostrar o escritorio do bisavô de quem tanto a avô gostava. Vai ter um Pai que quando na A8 passar pela sua "Terra de Antepassado" vai fazer uma cara que lhe vai transmitir segurança, tranquilidade e amor. E se um dia lá tiver a coragem de parar para uma visita, quando o seu filho exclamar: "Ó Pai isto é mesmo grande" lhe vai responder: "Pois é filho, os teus antepassados eram grandes pessoas, tu tens o sangue deles, mas o Pai já aprendeu que isso pode não ser o suficiente...". E se ele lhe perguntar porquê lhe respondera: " Sabes filho, o pai ainda não percebeu se é porque o amor e o ódio estão muito pertos ou se porque as pessoas dão uma importância diferente aos sentimentos". E lá seguirão caminho na A8 rumo á nova Terra de Antepassado...